FTX Digital Markets
misturou fundos de clientes, afirmam liquidatários das Bahamas
A FTX Digital Markets, braço da FTX nas
Bahamas, combinou fundos de clientes e corporativos, de acordo com um relatório
apresentado no tribunal no início deste mês.
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Os liquidatários provisórios que resolveram a falência da FTX
nas Bahamas apresentaram um longo relatório que
afirma que a empresa tinha registros contábeis "limitados" e fazia "pouca
distinção entre o que representa, potencialmente, dinheiro de clientes e fundos
corporativos".
O novo CEO da FTX, John Ray, fez afirmações semelhantes sobre a
falta de registros financeiros nas mais de 100 entidades da empresa. Contudo,
o ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, se declarou inocente de acusações criminais
relacionadas ao uso indevido de fundos de clientes, entre outras alegações.
A FTX Digital Markets tem aproximadamente US$
219,5 milhões em várias contas bancárias, afirmaram os liquidatários, mas não
está claro quais fundos foram mantidos em benefício dos clientes da FTX Digital
Markets.
“Parece que o dinheiro dos clientes
foi misturado de tal forma que pode não ser possível identificar claramente as
quantias que constituem o dinheiro do cliente em oposição aos fundos
corporativos em geral”, expõe o relatório.
O relatório foi apresentado no
tribunal por Kevin Cambridge, sócio da empresa PricewaterhouseCoopers Advisory
nas Bahamas, que foi nomeado liquidante provisório conjunto no processo de
falência. Ele declarou que a FTX Digital Markets pode ter mais de 2,4
milhões de clientes em mais de 230 jurisdições em todo o mundo, incluindo
10.500 clientes institucionais.
Os liquidatários também identificaram dívidas entre as companias
no valor de US$ 276,2 milhões, expõe o relatório. Isso inclui US$ 256,3
milhões devidos pela FTX Property, que “parece representar fundos transferidos
pela FTX Digital para financiar aquisições de propriedades comerciais e
residenciais” nas Bahamas.