Perspectivas positivas: Especialistas afirmam que
2024 não enfrentará 'inverno quântico' devido a avanços rápidos
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Contudo, recentes avanços
sugerem uma potencial reversão dessa tendência. De acordo com o relatório
intitulado "IQM – OpenOcean – Lakestar State of Quantum 2024",
divulgado em 30 de janeiro pela IQM, OpenOcean e Lakestar, há indícios de que o
setor está se recuperando. O documento destaca que, apesar da desaceleração nos
investimentos privados, o suporte governamental e os contínuos avanços
tecnológicos podem manter a resiliência no setor de computação quântica.
O relatório analisou a posição da Europa nesse cenário,
envolvendo especialistas de diversas áreas, desde usuários finais empresariais
até instituições de pesquisa renomadas, como HSBC, Dell, Federal Reserve, Citi
e Moderna. Embora a recessão nos investimentos privados tenha sido notada, o
financiamento respaldado pelo governo tem preenchido a lacuna, proporcionando
uma perspectiva mais otimista para 2024.
Globalmente, os investimentos em computação quântica
diminuíram 50%, alcançando uma redução ainda mais expressiva de 80% nos Estados
Unidos em 2023. No entanto, a região EMEA (Europa, Médio Oriente e África)
apresentou um crescimento modesto de 3%, destacando uma dinâmica diferente em
comparação com o restante do mundo.
Apesar do otimismo cauteloso gerado pelos recentes
desenvolvimentos, ainda persistem incertezas que podem gerar hesitação por
parte dos investidores. Alguns especialistas alertam para a crescente
influência da inteligência artificial (IA), que pode estar desviando a atenção,
o investimento e o interesse da computação quântica. Além disso, há
preocupações quanto ao tempo que a computação quântica levará para ultrapassar
sua fase inicial.
Embora não haja um cronograma claro para a maturidade do
setor, espera-se que os investimentos e parcerias governamentais ajudem a
enfrentar a desaceleração prevista para o setor tecnológico como um todo.
Empresas líderes, como IBM, QuEra e Quantinuum, ajustaram recentemente seus
planos indicando um possível ponto de inflexão tecnológica até o final da
década, reforçando a confiança na evolução positiva da computação quântica. A
IBM, por exemplo, estabeleceu 2029 como o ano para atingir um ponto de inflexão
na computação quântica, enquanto a QuEra, spinout do MIT/Harvard, almeja um
computador quântico com correção de erros de 10.000 qubits até 2026. A
Quantinuum, spinout de Cambridge/Honeywell, recentemente levantou US$ 500
milhões em uma rodada de financiamento liderada pelo JP Morgan Chase para
impulsionar o desenvolvimento de seu próprio sistema quântico com correção de
erros. Esses movimentos sugerem um potencial renascimento do interesse e
investimento no campo da computação quântica nos próximos anos.