Interconexões Estratégicas: A Dependência Tecnológica da China nos EUA e o Impulso em Inteligência Artificial
As empresas de tecnologia na China estão enfrentando desafios inesperados diante dos avanços na inteligência artificial generativa. As regulamentações em Pequim e a desaceleração econômica estão adicionando obstáculos a esse cenário.
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Em novembro, uma startup chinesa, a 01.AI, despontou rapidamente no cenário da inteligência artificial de código aberto, apenas um ano após o lançamento do ChatGPT. Fundada por Kai-Fu Lee, um investidor e tecnólogo conhecido, a 01.AI, em entrevistas, apresentou seu sistema de IA como uma alternativa ao modelo de IA generativa da Meta, chamado LLaMA.
No entanto, surpreendentemente, parte da tecnologia utilizada
pela 01.AI provinha do LLaMA da Meta. A startup de Lee baseou seu sistema na
tecnologia norte-americana, treinando-o com novos dados para aumentar sua
potência. Isso evidencia a dependência das empresas chinesas em relação aos
sistemas dos Estados Unidos, colocando a China pelo menos um ano atrás na
corrida pela liderança em IA generativa, segundo especialistas do setor.
Chris Nicholson, investidor da Page One Ventures, destacou a
pressão sobre as empresas chinesas para acompanhar as inovações dos EUA,
comparando o lançamento do ChatGPT a um momento "Sputnik" que a China
sentiu a necessidade de responder. Jenny Xiao, sócia da Leonis Capital, sugeriu
que os modelos de IA construídos pelas empresas chinesas do zero não são tão
eficientes, levando muitas delas a utilizar versões adaptadas dos modelos
ocidentais. Ela estima que a China está de dois a três anos atrás dos Estados
Unidos no desenvolvimento de IA generativa.
Essa competição pela liderança em IA tem implicações significativas,
podendo alterar o equilíbrio de poder tecnológico global e impulsionar
inovações futuras. Enquanto as empresas chinesas buscam alcançar os EUA usando
modelos de IA de código aberto, Washington enfrenta dilemas sobre como conter o
avanço chinês, já que medidas como restrições de venda de microchips e
investimentos não conseguiram frear a adoção de tecnologias estrangeiras.
A dependência recente da China em relação aos sistemas de IA
dos EUA levanta questões sobre o modelo de inovação do país, que, apesar dos
controles autoritários, surpreendeu o mundo ao criar empresas líderes globais.
Este cenário sugere que a China enfrenta desafios profundos em seu modelo de
inovação diante da competição acirrada na era da inteligência artificial
generativa.